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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Leituras sobre hiper texto

Li os textos “ LEITURAS SOBRE HIPERTEXTO: trilhas para o pesquisador”, por
Ana Elisa Ribeiro e “O hipertexto no contexto educacional “ – Maria Helena Pereira Dias. O primeiro texto é um “mapeamento” das principais discussões teóricas sobre hipertexto e o segundo se propõe a abordar a utilização do hipertexto na educação .

Em LEITURAS SOBRE O HIPERTEXTO, a autora se propõem a fazer uma revisão bibliográfica do tema . A autora opta em dividir as abordagens em duas linhas de pensamento, o pensamento europeu de Pierre Lévy e Roger Chartier e o pensamento norteamericano de Vannevar Bush e Theodore Nelson.

O hipertexto tem seu início em Vannevar Bush, ainda na década de 40, nos Estados Unidos, foi responsável pela concepção do hipertexto - característica de fazer ligações entre informações por meio de nós, “encruzilhadas” virtuais e informacionais, por meio de uma máquina, à época já os sistemas informáticos e computacionais, embora em formatos bem menos compactos que os atuais, mas foi apenas em 1965 que Theodore Nelson: deu nome ao objeto descrito por Bush. O nome hipertexto teria sido cunhado para batizar um sistema mecânico em que as informações se ligassem por meio de links navegáveis, ou seja, uma espécie de mapa com percursos variados conectados por pontos acessáveis. Construído o objeto dessa maneira, o leitor ou o usuário poderia acessar partes do sistema em qualquer ordem ou, dito de melhor maneira, em uma ordem que refletisse uma organização mais “pessoal” e menos enquadrada do que outros ambientes de texto. Para Nelson, o hiper texto reproduz o que se passa na mente humana, onde o pensamento ocorre de forma nãosequencial.

Entre os pensadores europeus, destaca-se Pierre Lévy, para quem o hipertexto é a metáfora de um mundo sem barreiras. Destaco a visão de Lévy sobre hipertexto “Tecnicamente, um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos ou partes de gráficos, seqüências sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos ser hipertextos. Os itens de informação não são ligados linearmente, como em uma corda com nós, mas cada um deles, ou a maioria, estende suas conexões em estrela, de modo reticular. Navegar em um hipertexto significa portanto desenhar um percurso em uma rede que pode ser tão complicada quanto possível. Porque cada nó pode, por sua vez, conter uma rede inteira.” (LÉVY, 1993, p. 33)

Outra discussão interessante refere- se a uma certa “agressividade” dos leitores do hipertexto, em contraste com uma certa “passividade” dos leitores do texto linear. Esta linha de pensamento é trabalhada por George P. Landow, Michael Joyce, J. David Bolter e Stuart Moulthrop, entre outros. Para os pesquisadores americanos, o hipertexto envolve principalmente elementos como a nãolinearidade e a maior interligação entre textos. Além disso, as possibilidades de caminhos e sentidos múltiplos, construídos pelo usuário à medida que opta por determinados links e não por outros, e a participação do usuário na edição do texto ajustam a nova textualidade ao que se quer considerar como uma revolução.

Em “O hipertexto no contexto educacional “ – Maria Helena Pereira Dias, a autora se dispõem a analisar as aplicações do hipertexto no contexto educacional.

Para a autora, o hipertexto pode afetar, também, a forma de atuação do professor e do aluno. O professor tem parte de sua autoridade e poder transferidos ao aluno, tornando-se mais um colaborador no processo de ensino e aprendizagem, que assume características de parceria.

Entre as vantagens do uso do hipertexto na sala de aula, destacam- se:
- facilita um ambiente no qual a aprendizagem acontece de forma incidental e por descoberta;
- atendimento de diferenças individuais, quanto ao grau de dificuldades, ritmo de trabalho e interesse;

- permite ao professor organizar material de diferentes disciplinas ministradas simultaneamente ou em ocasião anterior e mesmo para recompor colaborações entre diferentes turmas de alunos.

- possibilita um alto grau de autonomia e que contribui para que se expressem estratégias individuais de aprendizagem, sendo o sujeito responsável pelo processo;

- permite a abordagem interdisciplinar dos mais diversos temas, abolindo as fronteiras que separam as áreas do conhecimento.

Nem tudo são flores, é preciso ter alguns cuidados, como : atenção redobrada para que o foco de pesquisa não seja deslocado para assuntos diversos e o texto eletrônico depende de uma tecnologia emergente, sujeita a constantes
transformações; a boa utilização do hipertexto passa por um conhecimento
da máquina para que sejam devida e corretamente explorados os seus
recursos.